quarta-feira, 5 de março de 2014

Interpretação de texto



PLANO DE AULA
IDENTIFICAÇÃO
Turma: 5º ano
Disciplinas envolvidas: Língua Portuguesa
Conteúdos: Interpretação de texto, leitura e oralidade. Produção de texto.

OBJETIVO  ESPECÍFICO:
·       Ler  com compreensão e autonomia;
·       Interpretar as questões;
·       Produzir um texto de acordo com o tema proposto utilizando as convenções gráficas: parágrafos e pontuação.
DESENVOLVIMENTO METODOLÓGICO:
1º Momento
Entregar o texto “ O índio” xerocado para que haja uma leitura silenciosa sobre o mesmo; Passar no quadro as questões relativas ao texto; Pedir-lhes que leiam novamente o texto com atenção para uma maior compreensão textual.
2º dia
Reler o texto novamente observando a estrutura, personagens, enredo; Após, pedir-lhes que produzam uma história similar baseando-se na história “ O índio”; A história deve conter a mesma estrutura, mas personagens, ambientes, trama, devem ser diferentes; O texto deve conter de 20 a 25 linhas.

RECURSOS DIDÁTICOS: Quadro negro, materiais individuais do aluno, sulfite.
AVALIAÇÃO:
·       Durante a leitura espontânea, verificar se o aluno lê com entonação e fluência.
·       Durante a interpretação observar se o aluno consegue responder com autonomia.


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:  http://textoemmovimento.blogspot.com.br/2013/11/interpretacao-de-texto-67anos-o-indio.html



ANEXOS: Texto xerocado – Atividades referentes.

TEXTO : O índio


- Meu Deus, é ele!

Quem já conversou com um índio, assim um papo aberto, sobre futebol, religião, amor... ?

 A primeira ideia que nos vem é a da impossibilidade desse diálogo, risos, preconceito, talvez. O que dizer então da visão dos estrangeiros, que pensam que andamos nus, atiramos em capivaras com flechas envenenadas e dançamos literalmente a dança da chuva pintados com urucu na praça da Sé ou na avenida Paulista? Pois na minha escola no ano de 1995 ocorreu a matrícula de um índio. Um genuíno adolescente pataxó.
A funcionária da secretaria não conseguiu esconder o espanto quando na manhã de segunda-feira abriu preguiçosamente a portinhola e deparou-se com um pataxó sem camisa com o umbigo preto para fora, dois penachos brancos na cabeça e a senha número "um" na mão, que sem delongas disse:

– Vim matricular meu filho.
E foi o que ocorreu, preenchidos os papéis, apresentados os documentos, fotografias, certidões, transferências, alvarás, licenças etc. A notícia subiu e desceu rapidamente os corredores do colégio, atravessou as ruas do bairro, transpôs a sala dos professores e chegou à sala da diretora, que levantou e, em brado forte e retumbante, proclamou:
– Mas é um índio mesmo?
Era um índio mesmo. O desespero tomou a alma da pobre mulher; andava de um lado para o outro, olhava a ficha do novo aluno silvícola, ia até os professores, chamava dois ou três, contava-lhes, voltava à sala, ligava para outros diretores pedindo auxílio, até que teve uma ideia: pesquisaria na biblioteca. Chegando lá, revirou Leis, Decretos, Portarias, Tratados, o Atlas, Mapas históricos e nada. Curiosa com a situação, a funcionária questionou: – qual o problema para tanto barulho?
– Precisamos ver se podemos matricular um índio; ele tem proteção federal, não sabemos que língua fala, seus costumes, se pode viver fora da reserva; enfim, precisamos de amparo legal. E se ele resolver vir nu estudar, será que podemos impedir?
Passam os dias e enfim chega o primeiro dia de aula, a vinda do índio já era notícia corrente, foi amplamente divulgada pelo jornal do bairro, pelas comadres nos portões, pelo japonês tomateiro da feira, pelos aposentados da praça, não se falava noutra coisa. Uma multidão aguardava em frente da escola a chegada do índio, pelas frestas da janela, que dava para o portão principal, em cima das cadeiras e da mesa, disputavam uma melhor visão os professores – sem nenhuma falta –, a diretora, a supervisora de ensino e o delegado.
O porteiro abriu o portão – sem que ninguém entrasse – e fitou ao longe o final da avenida; surgiu entre a poeira e o derreter do asfalto um fusca, pneus baixos, rebaixado, parou em frente da escola, o rádio foi desligado, tal o silêncio da multidão que se ouviu o rangido da porta abrir, desceu um menino roliço, chicletes, boné do Chicago Bulls, tênis Reebok, calça jeans, camiseta, walkman nas orelhas, andou até o porteiro e perguntou:
– Pode assistir aula de walkman?
(Edson Rodrigues dos Passos. In: Nós e os outros: histórias de diferentes culturas.São Paulo. Ática, 2001)


Após ler o texto com atenção, responda as questões a seguir:
1. Assinale a alternativa que resume a ideia do texto:
(a) O cotidiano de uma escola
(b) Críticas aos hábitos culturais dos habitantes das grandes cidades
(c) A confusão e as expectativas geradas pela matrículas de um menino índio
(d) Informa sobre as diferenças culturais  dos povos indígenas
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2. Retire do texto o trecho que indica onde e quando se passa a narrativa.
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3. O que  mudou a tranquilidade da escola?
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4. Qual foi a reação da secretária da escola quando abriu a portinhola da secretaria e se depara com  um índio? E por que ela teve essa reação?
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5. No trecho “a notícia....chegou à sala da diretora, que levantou e, em brado forte e retumbante proclamou...”  A expressão destacada aparece em qual importante texto brasileiro?
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6. “Chegando lá, revirou Leis, Decretos, Portarias, Tratados, o Atlas, Mapas históricos e nada”. Por que a diretora consultou esses documentos?
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7. Por que a comunidade tinha expectativa pela chegada do índio?
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8. No desfecho dessa narrativa, o menino pataxó correspondeu à expectativa que a comunidade tinha a respeito dele?
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9. O menino chega mascando chicletes, usando boné do Chicago Bulls, tênis Reebok, calça jeans, walkman nas orelhas. O que isso mostra sobre o menino índio?
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10. Você acha normal a reação das pessoas ao ver um índio? Você também teria esta reação? Justifique.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:  http://textoemmovimento.blogspot.com.br/2013/11/interpretacao-de-texto-67anos-o-indio.html
                                          

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